sábado, 23 de dezembro de 2017

Tratamento doença dos caroços na cabeça do betta

Essa doença que estou chamando aqui de “Caroços na cabeça”, é um problema que me deparei em minha criação e que não consegui diagnosticar como nenhuma doença que vi na internet, sendo assim batizei a doença dessa forma.
Perdi  alguns bettas com este problema, mesmo pesquisando não encontrei sintomas parecidos na internet e muitos dos tratamentos que recomendaram não surtira efeito. Foi tentando salvar meus peixes e vendo o que ocorria com cada um, os sucessos e fracassos que consegui uma forma de curar, e quero compartilhar com vocês.
Mas quero lembrar também, que não sou veterinário, muito menos engenheiro de pesca , sou apenas um criador de peixes compartilhando sua experiência, então o uso desse método fica por conta e risco de quem se dispor a utilizá-lo, uma vez que não tem cunho científico.
Já tive este problema em duas Fêmeas Pk Butterfly, na ocasião devido a coloração do peixe fiquei em dúvida sobre os pontos, daí a cabeça de uma delas amanheceu bastante inchada e o peixe morreu em 1 dia após esse sintoma, então fiz tpa de 100% da água da outra e dei um banho de sal. Esse procedimento parece retardar a doença por alguns dias, mas ela voltou com força total e o peixe não resistiu.
Agora o problema foi em um Lf Comum, um betta muito bonito, que eu tinha muito carinho por ele. Utilizei o método de banho de sal, pois achei que como estava no início poderia curar, achei que a tentativa anterior não funcionol pois tinha sido muito tarde. Mas novamente apenas retardou a doença que voltou arrasadora e também perdi o peixe.
Adquiri alguns exemplares gigantes, realmente muito grandes e um deles apresentou o mesmo problema, como estava recém chegado,  pensei que poderia ser íctio, pois é bem parecido. Mas logo os caroços apareceram, eu sabia que banho de sal retardava o processo, então utilizei para ganhar tempo e montar uma estratégia para tentar reverte a situação. Tudo aconteceu como antes, a doença parece parar, mas depois vem com tudo, então utilizei Tetraciclina. A tetraciclina teve efeito sobre o inchaço, mas uma ferida enorme se abriu e começou a consumir a lateral do rosto do betta. Em 24 horas a ferida já estava do tamanho de um grão de arroz e dava para ver alguns pedaços dele no fundo do aquário. Foi então eu recorri a este método que vou explicar agora, e que salvou meu peixe.
Solução anestésica:
1ml de óleo de cravo da índia (Você encontra em farmácia ou lojas que vende produtos para as unhas)
1 Litro de água (Eu utilizo água mineral, pois condicionador interfere na ação dos medicamentos)
4 ml álcool 70%
Modo de preparo:
Em um recipiente pequeno, dissolva o óleo no álcool e misture bem.  Encha um recipiente que comporte o peixe com 1 litro de água mineral e mistura a solução de álcool e óleo de cravo.
Preparo da betteira
Após o processo que vou descrever o betta deve ser posto em uma betteira /aquário com uma solução de tetraciclina, para ajudar na cura do mesmo. Eu sugiro um recipiente de uns 2 litros, pois recipientes muito grandes demandam mais medicamentos.
Em um recipiente com dois litros de água, você vai misturar 1/6 de uma capsula de tetraciclina, para ajudar você na medida, vou explicar como faço, a cápsula quando aberta possui duas metades, uma maior que a outra, no meu caso o lado preto. Encho a metade o lado peto (Menor), até um pouco menos que a metade e ponho no recipiente onde ficará o betta. Depois mecha até que o medicamento se dissolva.
Você deve preparar isso previamente, pois logo após o procedimento que vou ensinar em seguida, o betta deve ser posto nesta solução.
Limpeza das feridas
Você vai precisar de água oxigenada, tintura de iodo e 2 cotonetes. Também vai precisar de um pedaço de tecido limpo umedecido com água sem cloro (água mineral mesmo).
Agora vamos ao procedimento:
O betta deve ser posto no recipiente com solução anestésica para que perca os sentidos, você pode ter em mãos uma pequena vareta, para ir tocando nele até que note que não reage mais ao toque.  Não deixe o peixe lá por mais de 10 minutos, se ele não dormir em 5 minutos, você pode preparar um pouco mais de solução de óleo de cravo e álcool e ir adicionando aos poucos até que ele se mova pouco ou pare de se mover.
Com o peixe já sedado, retire-o da solução e ponha sobre o pano úmido (cuidado, faça esse procedimento em um local próximo do chão ou em um local que caso o peixe venha a pular, não caia de um local alto.
Eu cubro o peixe com o pano úmido, como se fosse um lençol deixando a  cabeça para fora, isso ajuda pera o caso de ele tentar pular.
Umedeça o cotonete com água oxigenada, não encharque pois o produto não pode escorrer sobre o peixe, pois queima a mucosa dele. Passe o cotonete levemente sobre as ferida, tenha cuidado com os olhos e evite por dentro das guelras.
Agora umedeça outro cotonete com tintura de iodo, tenha os mesmos cuidados que teve com a água oxigenada e passe nos ferimentos.
Depois disso o peixe deve ser posto na betteira com tetraciclina que preparamos anteriormente.
A princípio ele vai ficar parado boiando um pouco, mas com o passar dos minutos o efeito da anestesia vai passando e ele vai ficando bem.
A alimentação viva com dáfinias ou artêmias é muito indicada, pois como são filtradores, quando estão em contato com a água medicada do aquário, acabam levando medicamento para o interior do peixe ajudando na recuperação.
A água deve ser trocada 100% diariamente por 8 dias, repondo a tetraciclina.
Após 8 dias, mesmo que o peixe não apresente mais os sintomas, faça uma tpa (troca parcial de água) de 100% sem repor tetraciclina, ponha 5 gramas de sal grosso e um pedaço de cerca de 10x10cm de folha de amendoeira.
Trocar a água 50% diariamente, sem repor o sal, durante 7 dias. Observe o peixe, se nenhum sintoma for observado e os ferimentos tiverem cicatrizado, pode voltar o peixe a condição normal de tpa (que não deve exceder 7 dias).
Este método já salvou 4 bettas, três dos quais encontrei com este problema em uma loja e pedi ao vendedor que deixasse que eu os levasse para tratar o problema.
Espero que essas informações lhe sejam úteis e ajudem a salvar seu peixe ou mesmo sirva como aprendizado para você. Utilizei aqui uma linguagem bem simples pois este texto tem como finalidade atender a todos os níveis de aquaristas.

O método mais eficiente para combate de doenças ainda é a prevenção, tpas (Troca parcial de água) regulares, uma alimentação balanceada e espaço, são fundamentais para que os peixes vivam plenamente.

Como iniciar uma cultura de Paramécios

Paramecium é um gênero bem conhecido de protozoários ciliados, com dimensões entre 50 e 300 micra, dependendo das espécies. O corpo das paramécias é coberto de cílios simples, mas o sulco oral (a "boca") contém pequenos cílios orais compostos, que são típicos da ordem Peniculida. As paramécias habitam a água doce e são especialmente frequentes em pequenas poças de água suja (por exemplo, perto de estábulos).Pode ingerir cerca de 5.000.000 protozoários em 24 horas.
Fonte (Wikipédia)

Criadores profissionais utilizam desse recurso pois um dos fatores para um bom desenvolvimento dos alevinos é uma alimentação sempre disponível. Náuplios são excelentes mas por serem de água salgada morrem mais rapidamente dentro do aquários dos alevinos deteriorando a qualidade da água.

Utilizo paramécios em minha reproduções e o índice de sobrevivência é bem elevado. Como meu espaço e pequeno não tenho que ficar eclodindo artêmias. Posso guardar minha cultura em um local fechado escuro, alimento de dois em dois dias, com 3 gotas de leite.

O uso de paramécios é uma excelente alternativa para alimentação de alevinos de bettas, mas a aquisição da cultura pode ser algo difícil, pois se você não tem um criador em seu estado, em 90% dos casos o frete é de 2 a 3 vezes o valor do start. Além disso, muitas vezes o que você recebe parece uma água suja e não propriamente paramécios.

Para se obter uma cultura de Paramécios sem a necessidade de um start você vai precisar de:

- 1 Folha Alface seca a sombra
- 1 Pote de Maionese Vazio (Ou equivalente)
- 1 Uma garrafa Pet 2L
- 1 Yakult (pode ser qualquer marca)
- Água sem cloro
- Leite líquido para alimentar a cultura
- 1 pedaço de Tule
- Cola quente
-1 Seringa

Modo de preparo

Encher o fracos com água sem cloro até a metade, inserir as folhas de alface e cuidar para fiquem o mais submersas possível. Por um colher de Yakut, complete a água até deixar um espaço de uns 2 dedos ta tampa.
Faça um furo na tampa de uns 80mm, corte um circulo de tule, suficiente para encaixar no interior da tampa, cole o círculo com cola quente.
Feche o vidro e aguarde 5 dias. no quarto dia a noite ponha um lanterna próxima a cultura e após 5 minutos observe se uma mancha se forma próximo a luz. se isso ocorrer, introduza a seringa no frasco e colete entre 5 à 10 ml dessa mancha e ponha na Garrafa pet, que deve estar cheia com água sem cloro. Adicione 3 gotas de leite.
Agora você vai adicionar 3 gotas de leite, sempre que a água voltar a ser cristalina.
Em 15 dias você verá os paramécios a olho nú.
 Daí você já pode alimentar seus alevinos, lembrando que a coleta deve ser realizada antes de alimentar os paramécios, para não jogar leite no aquário dos alevinos.

Choque Osmótico (Banho de Sal)

O choque osmótico ou Banho de Sal, é uma técnica muito útil para problemas com parasitas externos, problemas bacterianos, fungos e etc.
Você vai precisar de:
Sal grosso
Água
Álcool Hidratado
Dois recipientes de 2 litros (Garrafa de refrigerante cortada é muito boa para isso)
Esponja macia ou tecido
Condicionador de água
Prepara a água com sal:
4 colheres de sopa de sal grosso, para 2 litros de água, misture até que o sal dissolva e reserve (Se tiver acesso a água do mar, pode substituir a solução por ela).
Procedimento:
Ponha um pouco da água de onde está o peixe em uma das garrafas cortadas (uns 5 cm é suficiente) e ponha o peixe neste recipiente.
Lave a betteira com água corrente, esfregando as paredes, umedeça o tecido ou esponja com álcool e passe em todas as paredes e o fundo da betteira. Agora enxague até que o cheiro de álcool desapareça. Encha a betteira com água e ponha o condicionador para eliminar o cloro e qualquer outra substância residual e reserve.
Ponha um litro da solução de água com sal na garrafa restante, ponha o betta e o deixe por 3 minutos. Retire o betta e ponha imediatamente na betteira.

Observação: É comum que o betta fique caído no fundo do aquário, logo após o tratamento, mas irá se restabelecer em um ou duas horas, não se preocupe.

Receita de Tamponador para quem tem água ácida e quer deixar neutra

Você vai precisar de:

30 Gramas de Bicarbonato de sódio
500ml de água mineral ou desclorificada
Um teste de Ph ou um phmetro
Uma garrafa de 500ml
Um recipiente de 500nl
Uma seringa sem agulha
Uma balança de cozinha ou algo que permita você saber o volume


Modo de preparo:
Ponha o bicarbonato de sódio na garrafa e encha com água (mineral ou desclorada), tampe a agite até que dissolva por completo.
Calibração da solução:
Um recipiente sobre a balança e vá pondo a água da sua torneira até que o peso marque 500g, (você também pode usar uma medida de 500ml).
Colete com a seringa 10ml da solução de bicarbonato de sódio.
Vá pondo gotas da solução no recipiente e medindo o ph com teste até que atinja o Ph desejado. Quando atingir esse valor observe na seringa quantos ml foram adicionados.

Vou dar meu exemplo para que possam entender melhor:

No meu caso para atingir o valor de 7.0, utilizei 20 gotas que corresponderam a 0,4ml (dois traços na seringa de 10 Ml). Então o cálculo é 0,4ml para 500l, ou seja 0,8ml para 1 litro.
Como trato 100 litros de água de cada vez para fazer TTA, então fiz o seguinte cálculo, 0,8ml para 1 litro então para 100 litros, preciso de 80 ml.
Faço o seguinte, encho a seringa com água 10ml e esvazio no interior de uma pequena garrafa transparente 8 vezes, logo terei 80 ml, daí com um caneta permanente, faço uma marcação na garrafa na altura da água.
Pronto, agora basta encher a garrafa até a marca com a solução de bicarbonato e por no balde de 100 litros e o ph fica em 7.0.
A vantagem desse tamponador em relação ao uso direto do bicarbonato em pó, é que posso utilizar a água de imediato, pois ele já entra dissolvido. Além de ter um controle muito maior da quantidade adicionada, já que se fosse em pó precisaria de uma balança de precisão.
O custo de 500ml de tamponador é de R$ 2,10, e no meu caso trata aproximadamente 600 litros de água, o que é um custo benefício muito bom.


Espero que ajude, qualquer dúvida podem fazer perguntas: 

domingo, 17 de dezembro de 2017

BETTAS GIGANTES

Bettas Gigantes
Os bettas que conhecemos hoje são resultado dos cruzamentos das seguintes espécies de betta:

-Betta Splendens
















-Betta Imbellis















-Bettas Smaragdina

















-Betta Mahachaiensis


















Que possuem seus tamnanhos variando entre 4,0 à 5,5cm
Porém exte outro grupo de espécies de betta, chão grupo do betta bellica formado por:

-Betta Bellica














-Betta Simorum















Que podem cruzar com os anteriores dando origem a híbridos férteis. Estes podem atingir até 9,5cm.
Especula-se que do cruzamento desses dois grupos surgiu o betta gigante, um dos motivos que reforçam essa suspeita é o formato da cabeça dos gigantes, que em muito se assemelha ao formato da cabeça do grupo dos bettas Bellica, além do tamanho dos olhos em relação a cabeça e até mesmo a distancia entre os olhos e a boca.




Em muitos casos os híbridos tendem a crescer mais que seus progenitores, um exemplo disso são os Ligres (cruzamento de leão macho e uma tigresa) e os Tigreões (cruzamento de tigre macho com leoa), eles apresentam tamanho muito superior as duas espécies.






Com os bettas não é diferente, sendo um betta considerado Gigante quando possui comprimento de no mínimo 17cm, No mínimo 9,0cm e máximo 17cm. Abaixo disso é um betta comum.
Isso é a medida da boca até o final da nadadeira caudal e para bettas Longfin, para Plakat esses valores se alteram sendo 9,0cm, já considerado um betta gigante.
Os gigantes apresentam 3 pares de alelos, que resultam em 27 genótipos, um dos motivos pelo qual torna-se extremamente difícil se trabalhar com a linha e obter sucesso.
Eles podem ser representados por:
·         Comprimento do betta

TT – Normal









Tt – Grande










tt – Gigante












·         Massa Corporal



MM – Normal









Mm – Corpolento











mm- Gordo











·         Formato resultante


FF – Formato Diferente do betta doméstico, deformações












Ff – Formato Similar ao Betta doméstico, com traços de Ibellico










ff – Forma igual ao betta doméstico



 








Sendo assim do cruzamento dos gigantes podemos ter, um numero de indivíduos com características indesejáveis muito superior aqueles com características desejáveis, conforme a tabela abaixo:


Genótipo
Tamanho
Corpo
Formato
TTMMFF
Normal
Normal
Deformado
TtMMFF
Grande
Normal
Deformado
ttMMFF
Gigante
Normal
Deformado
TTMmFF
Normal
Corpolento
Deformado
TtMmFF
Grande
Corpolento
Deformado
ttMmFF
Gigante
Corpolento
Deformado
TTmmFF
Normal
Gordo
Deformado
TtmmFF
Grande
Gordo
Deformado
ttmmFF
Gigante
Gordo
Deformado
TTMMFf
Normal
Normal
Ibellis
TtMMFf
Grande
Normal
Ibellis
ttMMFf
Gigante
Normal
Ibellis
TTMmFf
Normal
Corpolento
Ibellis
TtMmFf
Grande
Corpolento
Ibellis
ttMmFf
Gigante
Corpolento
Ibellis
TTmmFf
Normal
Gordo
Ibellis
TtmmFf
Grande
Gordo
Ibellis
ttmmFf
Gigante
Gordo
Ibellis
TTMMff
Normal
Normal
Normal
TtMMff
Grande
Normal
Normal
ttMMff
Gigante
Normal
Normal
TTMmff
Normal
Corpolento
Normal
TtMmff
Grande
Corpolento
Normal
ttMmff
Gigante
Corpolento
Normal
TTmmff
Normal
Gordo
Normal
Ttmmff
Grande
Gordo
Normal
ttmmff
Gigante
Gordo
Normal

O itens em Verde são aqueles que se tem bettas satisfatórios do ponto de vista das exposições, já os dois em amarelo, são bettas que devido a seu tamanho o corpo não possui massa suficiente e acaba por não suportar o peso do peixe, forçando-o a manter-se na vertical. Podemos concluir que apenas 14% dos cruzamentos resultarão em animais com tamanho satisfatório
Este documento é fonte de pesquisa, bem como algumas experiências que realizei. Não é algo definitivo, testes e novas experiências podem alterar as informações aqui contidas.
Então pesquise, faça testes e tire suas próprias conclusões e compare com o que propomos aqui.

Algumas informações foram obtidas no Curso Genética do Betta, que você pode adquirir no link: http://bettaproject.com/curso-sobre-a-genetica-do-betta/